15 abril 2006

Aquela voz...

É verdade que, mesmo a sofrer, nos acabamos por conformar com a separação; que mesmo em ruínas, temos que aguentar a ausência; que mesmo sem ti, tenho que continuar a minha vida, mesmo que não me apeteça...

As saudades talham-me os minutos, as lembranças guiam-me pelo pântano, os sentimentos dão-me força sem esperança, as imagens tiram-me o sono, os momentos, todos eles, levam-me à loucura, as dores de alma servem-me de bálsamo ao paradóxo que vivo... E os telefonemas, fugazes, mas cada vez mais simpáticos e amistosos, apesar de não me trazerem nada de novo, dão-me durante dias uma nova Vida, um novo Mundo... Afinal, nessa altura, recordo tudo o que vivemos juntos!

Quando o telemóvel toca o Deixa-me sonhar (só mais uma vez), corro para o atender como a mais ninguém o faço. Mas antes, olho para o ecrã exterior e vejo o teu rosto; estremeço, não sei se de alegria, se de tristeza, sinto um aperto no peito, um nós na garganta, um arrepio no corpo...

Quando finalmente atendo, fico feliz por ouvir Aquela voz...

Sem comentários: